Clonagem Dolly


O escocês Ian Wilmut, um brilhante embriologista, conseguiu a proeza de mostrar que era possível a partir de uma célula somática diferenciada clonar um mamífero, tratava-se de uma ovelha, chamada de Dolly. O maior feito do cientista, foi fazer com que uma célula adulta se tornasse totipotente (células-tronco) de novo. As células-tronco (ou totipotentes) possuem a capacidade de se diferenciarem em diferentes tipos de células, em um processo antes considerado irreversível. Entenda como ocorreu:

Eles isolaram uma célula mamária congelada de uma ovelha da raça Finn Dorset de seis anos de idade e a colocaram numa cultura com baixa concentração de nutrientes. Com isso a célula entrou em um estado de latência parando de crescer. Em paralelo, foi retirado o óvulo não fertilizado de uma outra ovelha, da raça Scottish Blackface, de cor escura. Desse óvulo não fertilizado foi retirado o núcleo, transformando-o em um óvulo não fertilizado e sem núcleo. Através de um processo de eletrofusão ocorreu a união do núcleo da ovelha da raça Finn Dorset com o óvulo sem núcleo da ovelha da raça Scottish Blackface, dando início à divisão celular: uma célula em duas, duas em quatro, quatro em oito e assim por diante.
A evolução passa pelo sexo há cerca de 500 milhões de anos. Havendo espermatozoides e óvulos trocando cargas genéticas, as possibilidades de nascerem indivíduos diferentes são maiores, pois os genes do pai se misturam aos da mãe num organismo novo. Indivíduo diferente significa mais chance de evolução. Se todos fossem como as bananeiras, os filhotes seriam sempre idênticos aos pais, geração após geração, e a evolução seria muito lenta, causada só por uma ou outra mutação dos genes.
Nas espécies que se reproduzem por óvulos e espermatozoides, que são a maioria, a natureza criou uma sábia proibição: nenhuma outra célula do corpo está autorizada a participar da reprodução. Só as células sexuais cuidam disso. Foi aí que Wilmut anunciou um revertério assustador, derrubando a velha lei.

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