Literatura: Naturalismo


Movimento literário que teve início na Europa com a publicação do livro Germinal, de Émile Zola.
Os ideais do Realismo levados às ultimas consequências originaram o que se chamou de Naturalismo, movimento que considera o ser humano como um produto biológico, profundamente marcado pelo meio ambiente, pela educação, pelas pressões sociais e pela hereditariedade. Todos esses fatores determinam a sua condição, o seu comportamento. O escritor naturalista observa, estuda, segue o seu personagem de perto, para entender as causas desse comportamento e chegar ao conhecimento objetivo dos fatos e situações.

Naturalismo no Brasil tem como marco inicial a publicação do romance "O Mulato" (1881) de Aluísio de Azevedo. Já em Portugal, o naturalismo tem início com a publicação da obra “O Crime do Padre Amaro” (1875) de Eça de Queirós.

Influenciada pelas leis científicas, a literatura naturalista construiu sua ficção ao tratar o homem como um objeto a ser cientificamente estudado, abandonando assim qualquer resquício da literatura romântica. Não há espaço para metáforas ou subjetividade: a realidade é retratada tal qual é, e a linguagem aproxima-se da simplicidade do coloquialismo para que o leitor tente captar com exatidão as descrições feitas pelo narrador. O romancista assume uma posição de não envolvimento, de impessoalidade, introduzindo na literatura assuntos ligados ao homem, inclusive aqueles tidos como repulsivos, jamais abordados na história da literatura brasileira.

Naturalismo mostra o homem como produto de forças “naturais”, desenvolve temas voltados para a análise do comportamento patológico do homem, de suas taras sexuais, de seu lado animalesco.

A perspectiva evolucionista de Charles Darwin inspirava os naturalistas, esses acreditavam ser a seleção natural que impulsionava a transformação das espécies, além de Taine e Auguste Comte que influenciaram de modo definitivo a estética naturalista.


As características do naturalismo seguem os ideais do realismo, ou seja, estão relacionadas com a percepção da realidade, no entanto, trata-se de um realismo mais exagerado, o qual abrange, sobretudo, os problemas da realidade social e de seus personagens.

Da mesma maneira, os escritores naturalistas brasileiros estão preocupados em demonstrar os problemas da realidade social, política e econômica e focam nos temas relacionados com a abolição da escravatura. Os naturalistas abordam a existência humana de forma materialista, tratavam a realidade de um modo mais científico, ou seja: tratavam o ser humano como um objeto de estudo que deveria ser estudado por meio da observação fiel da realidade e também da experiência

Portanto, a característica principal do Naturalismo é o excesso da linguagem científica (cientificismo exagerado), que tratava o homem como um objeto de estudo científico. Os naturalistas observavam os problemas sociais e lidavam com temas polêmicos da época.
A ficção regionalista (iniciada no Romantismo) teve continuidade durante o naturalismo.

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