Revolta da Vacina



Em 1903, o prefeito do Rio e o presidente do Brasil, com a mentalidade positiva de tentar alcançar o progresso e a modernidade, iniciaram as reformas na estrutura da cidade. E o modelo da modernidade era Paris.
O prefeito Pereira Passos ordenou a abertura de largas avenidas no centro da cidade. Só que, para alargar mais, era preciso derrubar as casas. O problema é que essas casas eram habitadas por pessoas pobres. Mas o governo não se preocupou e manteve a demolição. A opção dos moradores, então, foi subir os morros, onde havia barracos desde a abolição da escravatura. Esse movimento de reforma ficou conhecido como “bota-abaixo”. Além de embelezar a cidade, esse plano previa a uma viabilidade sanitária ao destruir os cortiços, locais de grande proliferação de doenças.
Em seguida, em 1904, Pereira Passas encomendou ao médico Oswaldo Cruz um plano de saneamento. Para acabar com doenças como a febre amarela, a varíola e a peste bubônica. ideia era boa, mas o governo quis fazer tudo autoritariamente, sem esclarecer a população.
A criação das brigadas de Mata-Mosquitos, destinadas a combater as principais doenças epidêmicas transmitidas pelo inseto, como a malária e a febre amarela. Essas brigadas tinham autorização para entrar nas casas à força e igualmente a força deter e vacinar quaisquer de seus habitantes, conforme fosse necessário. Outra ação contrária à vacinação teve início quando vários homens não permitiram que os funcionários públicos segurassem o braço de suas esposas e filhas para aplicação do medicamento.
No dia marcado para o início da vacinação, o quebra-quebra se espalhou por vários bairros pobres da cidade  As tropas da polícia tiveram de ser reforçadas. A revolta em si durou apenas 6 dias, do dia 10 de novembro ao dia 16 de novembro. Durante esse período, o aspecto do centro do Rio, já com aparência de canteiro de obras, foi para uma praça de guerra. No dia 14 a revolta chegou ao seu ápice, pois receberam o apoio dos militares da Escola de Cadetes da Praia Vermelha, que também se revoltaram. No último dia o governo fingiu ceder pra acalmar a revolta, e suspendeu temporariamente as brigadas de vacinação, ao mesmo tempo em que declarou estado de sítio e cercou o Rio de Janeiro de tropas. As tropas adentraram a cidade no dia 17 de novembro, e prenderam a maior parte dos revoltosos, dos quais alguns foram presos e outros deportados para o Acre. Assim que a cidade foi considerada segura, o governo voltou atrás e continuou com a campanha como previsto.
Apesar da revolta, a campanha foi um absoluto sucesso em seus objetivos, e dentro de poucos anos a varíola estava completamente erradicado no Rio de Janeiro, momento no qual o programa foi sendo lentamente expandido até a erradicação completa da varíola no Brasil, na década de 1970.

A Revolta da Vacina foi uma das revoltas da República Velha. 

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