Tratado de Petrópolis


O Acre era propriedade da Bolívia desde o ano de 1750, mas ninguém habitava o local além de índios não civilizados. No entanto, quando foi descoberto que a área possuía um número muito grande de árvores seringueiras, de onde pode-se extrair o látex, muitos brasileiros, principalmente nordestinos, começaram a se mudar para lá, a fim de acumular alguma riqueza, com a corrida do ‘’ouro nego’’ da Amazônia. Isso durou algum tempo, até que em 1898 a Bolívia enviou uma missão de colonização ao Acre. Missão essa que não foi muito bem recebida pelos brasileiros que já estavam em grande número e estavam instalados lá há muitos anos. Foi naquele mesmo ano que a Bolívia enviou uma missão de ocupação ao Acre, causando uma revolta armada dos colonos brasileiros que ali estavam e que já eram um grande número. A revolta estourou um ano depois, em maio e contou com o apoio do Estado do Amazonas.
Pressionados, os bolivianos foram obrigados a deixar a região. Receoso de um possível retorno, o governador do Amazonas organizou uma unidade de aventureiros que regressaram ao Acre e proclamaram a República da região no dia em julho de 1899, mudando o nome para Porto Acre.
O governo brasileiro, tomando ciência do ocorrido, reconhecia a região como território boliviano e não brasileiro, a fim de dissipar essa revolta e acabar com a festa, enviaram tropas que dissolveram a República do Acre em março de 1900.
Após esse episódio, a Bolívia organizou uma pequena missão militar de ocupação na região. Mas, foram impedidos pelos ocupantes brasileiros que ainda se encontravam no local. Como na primeira vez, os revoltosos ainda contaram com o apoio do governador do Amazonas que enviou uma nova expedição para a ocupação, que foi denominada como a Expedição dos Poetas, onde proclamaram a segunda República do Acre em novembro de 1900. Porém desta vez, quem reagiu foi a própria tropa militar boliviana, que colocou fim a República um mês depois.
Em 6 de agosto de 1902, um militar brasileiro, chamado Plácido de Castro foi enviado para o Acre pelo governador do Estado do Amazonas e iniciou a Revolução Acreana. Os rebeldes tomaram toda a região e implantaram a terceira República do Acre, agora com o apoio do atual presidente do Brasil, Rodrigues Alves e do seu ministro do Exterior, Barão do Rio Branco.
A Bolívia pensou em reagir novamente quanto à tomada do território acreano, mas antes que ocorresse alguma batalha significativa, o Barão do Rio Branco intermediou diplomaticamente propondo um acordo entre o Brasil e a Bolívia, que ficou conhecido como o Tratado de Petrópolis. O tratado foi assinado em 17 de novembro de 1903, no Rio de Janeiro, na cidade de Petrópolis.
Ficou acertado de que a Bolívia abriria mão do estado do Acre em troca de territórios brasileiros do estado do Mato Grosso e receberia também a quantia de dois milhões de libras esterlinas devido a látex extraída da região, enquanto essa pertencia à mesma.

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