Um pouco sobre a "Pré-História"


Conforme a teoria evolucionista, para se compreender a trajetória humana ao longo do tempo, dois fatores devem ser considerados: as mudanças biológicas que marcam o processo de hominização e as mudanças de ordem cultura, política e social que distinguem as várias sociedades e etnias que habitaram o planeta. Portanto, é preciso considerar o tempo histórico e o tempo biológico.


O processo de hominização
Os hominídeos são divididos em dois grandes gêneros: Australopithecus e Homo; este é subdividido em várias espécies.
O Australopithecus, bípede de postura semiereta, apresentava uma característica fundamental para o processo de hominização: o dedo polegar opositor, fundamental para a manipulação de pedras e instrumentos.
A espécie do gênero Homo mais antiga, Homo habilis viveu posteriormente ao último Australopithecus.
O Australopiteco é considerado o ancestral mais
antigo do ser humano. Viveu na África há aproximadamente 3 milhões de anos. O volume de seu crânio era de cerca de 500 cm³, um pouco maior que o dos atuais macacos. A sua forma de linguagem não era mais elaborada do que a de um chimpanzé. Tendo aparecido pelas primeiras vezes no sul de África, as suas principais características físicas englobam a baixa altura, bipedismo, fronte baixa e maxilar bastante saliente.


Homo habilis
O Homo habilis inventou as primeiras ferramentas e viveu há aproximadamente 2 milhões de anos. O volume de seu crânio era de 800 cm³ – o dobro do crânio do chimpanzé. Levava uma vida nômade nas savanas do leste da África. Há indícios de que tinha um tipo de linguagem rudimentar.


Homo erectus
O Homo erectus viveu há aproximadamente 1 milhão de anos. Sabia utilizar alguns instrumentos feitos de pedra e era um hábil caçador. O volume de seu crânio era de 1.100 cm³, o que equivale ao dobro do crânio dos macacos atuais. O Homo habilis e todos os Australopitecos foram encontrados somente na África, mas o Homo erectus aparece localizado em áreas geográficas mais alargadas, como a Ásia, Europa e África. Existem provas que levam a concluir que manipulavam o fogo, apresentando de igual modo utensílios de pedra mais sofisticados.


Homo sapiens (Cro-magnon)
O Homo Sapiens viveu há aproximadamente 200 mil anos. Já era um artesão habilidoso e os seus utensílios eram melhores e mais eficientes do que todos os outros feitos anteriormente. O volume de seu crânio atingia 1.500 cm³, o mesmo volume do crânio do ser humano moderno. Através da indicação do indício fóssil, esse organismo revelou ser de baixa estatura e musculoso, com um cérebro praticamente do mesmo tamanho que o nosso, com região cerebral correspondente à fala bem desenvolvida.


Homo sapiens neanderthalensis
O Homo sapiens neanderthalensis- ou Homem de Neandertal – viveu há aproximadamente 100 mil anos. Nesta etapa, o ser humano já tinha preocupações espirituais e noção da morte. O volume de seu crânio atingia 1.700 cm³, levemente maior do que os humanos modernos. Os homens mediam em média 1,68 cm. Os ossos eram fortes e pesados, mostrando sinais de uma poderosa estrutura muscular. Foram formidáveis caçadores e há indícios de que já praticavam rituais funerários.


Homo sapiens sapiens – viveu na África, Ásia, Europa e migrou par América. Viveu aproximadamente há 40 mil anos, dando o formato do que somos hoje, com um volume cerebral de 1350 a 1400 cm³. Suas principais características são o desenvolvimento da consciência reflexiva, da linguagem falada e escrita, da técnica, da capacidade de expressão artística, do senso de moralidade.

Por fim, um dos últimos hominídeos a ser descoberto ainda não tem fixo um período o qual viveu:  H. naledi – ele representa a maior descoberta de fósseis de hominídeos exumados até hoje na África. Possuía altura média de 1,5 metro e pesava 45 quilos. Suas mãos permitem supor que tinha a capacidade de manejar utensílios, seus dedos eram muito curvados, ao mesmo tempo em que é praticamente impossível distinguir seus pés dos de um homem moderno. Seus pés e suas longas pernas indicam que estava preparado para caminhar durante muito tempo. Apresenta características próprias tanto dos hominídeos modernos como dos antigos. Visto que, por meio de datação dos ossos, a época que eles existiram coincide com a que se acredita que o Homo sapiens evoluiu na África subsaariana, pode-se concluir que os homens modernos coexistiram com os naledis (e, também, com os neandertais). A descoberta pode permitir uma compreensão melhor sobre a transição, há dois milhões de anos, entre o australopitecos primitivo e o primata do gênero homo, ancestral direto do Homo sapiens sapiens.

Curiosidade: há vários anos, o “Berço da Humanidade”, uma área com cavernas e fósseis de préhumanos e uma verdadeira mina de informações sobre nossos ancestrais, é um tesouro para arqueólogos e paleontologistas. Fora lá que se foi encontrado grande parte dos ossos e vestígios dos ancestrais humanos.



Periodização Clássica
Construída no século XIX, baseada no grau de domínio técnico para a fabricação de instrumentos e utensílios.


Paleolítico (Idade da Pedra Lascada) – 500 000 a.C a 10 000 a.C
O Paleolítico é o período no qual se inicia a fabricação de instrumentos líticos – pedras lascadas – e também a produção de utensílios variados, com lascas cada vez mais sofisticadas. Porém, a grande conquista desse período foi o domínio do fogo.
O Paleolítico está dividido em três períodos, sendo eles:
- Paleolítico Inferior, (espécies do gênero Australopithecus)
- Paleolítico Médio, (Homo habilis, Homo erectus e Homo neanderthalensis)
- Paleolítico Superior (Homo sapiens, Homo sapiens sapiens, embora que o Homo neaderthalensis tenha vivido contemporaneamente com o Homo neanderthalensis)
Essa subdivisão do Paleolítico se dá o desenvolvimento da espécie humana, onde toda sua evolução caracteriza a sobrevivência da espécie.
Na fase final do Paleolítico surgiram as primeiras manifestações artísticas


Mesolítico (Intermediária as duas idades) – 35 000 a.C até por volta de 15 000 a.C
Inicia-se o processo de polimento de pedras, especialmente para as estátuas.


Por volta de 10 mil a.C., ocorreu o fim da última glaciação. A camada de gelo, que havia coberto boa parte da Terra, recuou, alterando ecossistemas, provocando o desaparecimento de muitos animais e a migração de outros, mais afeiçoados ao frio. Obrigados a se adaptar às novas condições climáticas para sobreviver, muitos grupos humanos acompanharam os animais em seu processo migratório. Alargava-se a área ocupada pelos humanos.


Neolítico (Idade da Pedra Polida) – 10 000 a.C a 6000 a.C
No Neolítico, ou Idade da Pedra Polida, a evolução técnica se acelerou. Com o polimento, os instrumentos e armas se tornaram mais eficazes. Os grupos humanos, a partir de então, passaram a transformar seu meio ambiente. Com a domesticação e a criação de animais, e o surgimento da agricultura, a produção de alimentos melhorou. A esses notáveis progressos chamamos de Revolução Neolítica ou Agrícola. Os grupos humanos se sedentarizaram, com a construção de habitações e a formação de comunidades. As atividades econômicas se diversificaram,perfeiçoamento de instrumentos para a agricultura. Tal fato possibilitou a constituição de sociedades sedentárias, que se fixaram em localidades férteis, o que gerou crescimento substantivo da produção de alimentos e da população. Esse processo ficou conhecido como revolução neolítica ou revolução da agricultura. Datam do Neolítico a construção de monumentos colossais em pedra (megalíticos), chamados dólmens e menires.


Idade dos Metais – 3 500 a.C a 1000 a.C
É quando ocorre a difusão da metalúrgica, embora que no final do Neolítico há pequenos objetos já feitos com metal.


Africanocentrismo
O Homo sapiens surgido na África teria povoado o mundo, sobretudo a partida última grande migração para a Ásia e a Europa.


Comentários