Vegetações


Desértica: é a vegetação típica de regiões de clima seco e árido. A quantidade de chuva é baixíssima, tendo sua pluviosidade média anual menor que 250 mm, fato que impossibilita o desenvolvimento de vida animal e de vegetação na maior parte dos desertos. Suas planas são conhecidas como Xerófilas, que são altamente adaptadas à falta de água e nutrientes, suas raízes são extensas e atingem o lençol freático, com um período muito curto de vida e o armazenamento de água é muito grande (parênquimas aquíferos). Estas planas possuem a ausência ou poucas folhas, com o objetivo de evitar a perda de água, tendo espinhos esparsos entre si. No Hemisfério Norte é muito comum encontrar-se, nos desertos, arbustos distribuídos uniformemente, como se tivessem sido plantados em espaços regulares. Este fato explica-se como um caso de amensalismo, isto é, os vegetais produzem substâncias que eliminam outros indivíduos que crescem ao seu redor.

Estepe ou Pampa: esse bioma é seco, frio, regiões de clima subtropical, árido e temperada continental, com vegetação rasteira. A cobertura vegetal é composta por gramíneas e arbustos de pequeno porte. Geralmente as estepes estão na faixa de transição entre o deserto e a floresta, longe da influência marítima. Nas estepes os verões são quentes e os invernos muitos frios; em altas latitudes, cai muita neve. Com um pouco mais de chuva, a estepe poderia ser classificada como pradaria; com um pouco menos, como deserto. Essa formação vegetal se estabelece em planícies.
O único estado brasileiro com esse bioma é o Rio Grande do Sul, ocupando 63% do território. Ele também se estende pelo Uruguai e Argentina.

Tundra: é a vegetação predominante no extremo norte do Hemisfério Setentrional, suas áreas de ocorrência são as regiões próximas ao Oceano Glacial Ártico. A tundra ocupa uma extensa área do planeta, cerca de um quinto da superfície terrestre. O solo fica congelado a maior parte do ano, a tundra, portanto, só cresce nos períodos de degelo (dois meses). Suas principais espécies são os musgos, os líquens e algumas poucas herbáceas, plantas rasteiras e esparsas, onde elas completam o ciclo de vida em um espaço de tempo muito curto. Seu clima é polar. Sua importância encontra-se no fato de ela permitir a existência de vida animal em regiões consideradas inóspitas e pouco favoráveis à manutenção de seres vivos. Existem três tipos: Tundra Ártica, próximo ao Polo Norte, Tundra Alpino, localizado em montanhas muito altas, como os Alpes Europeu e próximo ao Polo Sul encontra-se a Tundra Desértica ou Antártica, onde a vegetação é quase ausente. A Tundra Ártica é o bioma mais frio e seco do mundo, já a Tundra Alpina possui clima mais ameno que a Ártica. O solo da tundra é raso e formado por terra, pedras e gelo. Ele é chamado de “permafrost” (permanentemente gelado), o que indica seu congelamento na maior parte do ano, dificultando a existência de grande variedade vegetativa. No entanto, no verão a neve derrete formando regiões pantanosas. Recebe pouca energia solar e pouca precipitação, esta ocorre geralmente sob forma de neve.

Floresta Coníferas ou Taiga ou Floresta Boreal: comum das regiões de temperaturas baixas, subártico e seco, nas regiões excepcionalmente setentrionais do globo, típica de regiões de altas latitudes. A maioria das árvores tem folhas em forma de agulha (aciculifoliadas), sendo uma forma de não acumular neve. A taiga reúne algumas árvores (sobretudo as coníferas) em um ambiente de clima subpolar. Pos­suem poucas espécies diferentes, formando uma floresta homogênea. É uma fonte econômica pela extração de sua madeira, o que já causou grande devastação. Algumas coníferas possuem folhas caducifólias, que caem durante o inverno para evitar a perda de água. Outra adaptação é o pequeno tamanho das folhas, reduzindo a perda de água por transpiração. A flora da taiga é pouco diversificada devido às baixas temperaturas e água congelada. As árvores crescem próximas umas das outras, formando uma densa cobertura e impedindo a penetração de luz solar intensa e desenvolvimento da vegetação rasteira, o que torna o solo pobre em nutrientes, embora há espécies de musgos e líquens e alguns arbustos.

Floresta Decídua Temperada ou Caducifólia: essa vegetação é encontrada principalmente no Hemisfério Norte, situada entre os trópicos e os círculos polares, vegetação típica de regiões de clima temperado, apresentando as quatro estações do ano bem definidas. Possuem uma variedade de animais e plantas menores que a floresta tropical. As florestas temperadas possuem características singulares, no inverno e outono as árvores perdem suas folhas, e por isso são denominadas de caducifólias. Por conta das quedas das folhas de suas árvores, os solos dessas regiões são bastante férteis, regados de matérias orgânicas, água e minerais. É o bioma mais devastado do mundo, pois seu solo fértil foi muito aproveitado para a agricultura. Sua fauna é muito rica e variada, nessa região, há a ocorrência muitos animais hibernarem, migrarem ou apresentarem outras adaptações para suportar o intenso frio.
Há grande umidade (normalmente, cerca de 700 a 1000 mm).

Savana: existente em locais que apresentam clima tropical, subtropical e temperado, climas secos em geral. Reunindo uma cobertura vegetativa predominantemente rasteira, embora apresentem também algumas árvores de pequeno porte e de caule torto. Os solos das savanas são muito pobres, por isso, as árvores que conseguem se desenvolver nessas regiões precisam ter troncos espessos e duros e com capacidade para armazenar grandes quantidades de água. Existem quatro tipos: savana arborizada (muitas árvores), arbórea (poucas árvores), arbustiva (sem árvores, possui somente arbustos) e herbácea (possuem somente gramíneas). A Savana Africana possui fauna muito diversificada. Já as Savanas Temperadas possuem clima temperado. As Savanas Pantanosas possuem o solo fértil e o clima é tropical com períodos de inundações. Agora as Savanas Montanhosas possuem vegetação de zonas alpinas (região fria e montanhosa) e subalpinas e por essa razão encontramos várias espécies endêmicas. E por fim, as Savanas Mediterrâneas que são compostas pela vegetação com muitos arbustos e árvores pequenas, embora o solo seja pobre. Esta savana é a mais ameaçada de extinção e degradação do planeta devido à urbanização e à agropecuária.

Floresta Tropical: compreende as regiões próximas à linha do Equador. A temperatura média, a umidade e a quantidade de chuvas são bastante elevadas. A fauna e a flora são diversificadas, como o que ocorre na Floresta Atlântica. É muito similar à Floresta Equatorial. Da mesma forma que ela, localiza-se na Zona Intertropical, é heterogênea, perene, ombrófilas (presença de umidade praticamente o ano inteiro), hidrófila (que gosta de água) e latifoliada. Em ambas, a diversidade de animais e plantas é enorme. A Floresta Tropical é mais encontrado próxima ao litoral. Entre as peculiaridades das Florestas Tropicais Úmidas está a estrutura denominada Dossel, formado por folhagens, galhos secos e outros resíduos vegetais sobrepostos que são depositados no chão. O Dossel também ocorre na Floresta Equatorial. Seu solo é podre em nutrientes pelos mesmos motivos que a Equatorial.

Floresta Equatorial Úmida ou Latifoliada ou Floresta Fluvial: Possuem uma variedade enorme de espécies vegetais e é uma floresta fechada. Está localizada entre os dois Trópicos, ou seja, intertropical. São heterogêneas, perenes, hidrófilas, ombrófilas, latifoliadas. É mais encontrada próximo ao Equador. As matas equatoriais abrigam a maior biodiversidade do mundo. Seu solo é podre em nutriente devido lixiviação (escoamento dos minerais dissolvidos pela chuva), embora exista um número elevado de organismos decompositores. As folhas são grandes e largas (latifoliadas), permitindo uma maior absorção de luz solar e consequentemente aumentando as taxas de fotossíntese. Abaixo das árvores de grande porte, existem árvores menores, um sub-bosque. No sub-bosque encontram-se arbustos e um estrato herbáceo pouco desenvolvido composto por ervas.
A maior área é a Amazônia, a segunda nas Índias Orientais e em seguida a Bacia do Congo (África). O suprimento de energia é abundante e as chuvas são regulares e abundantes, podendo ultrapassar 3.000 mm anuais.
A principal característica da floresta tropical é a sua estratificação. A parte superior é formada por árvores que atingem 40 m de altura, formando um dossel espesso de ramos e folhas. No topo, a temperatura é alta e seca. Debaixo desta cobertura ocorre outra camada de árvores, que chegam a 20 m de altura, outras a 10 m e 5 m de altura. Este estrato médio é quente, mais escuro e mais úmido, apresentando pequena vegetação. O estrato médio caracteriza-se pela presença de cipós e epífitas. A diversificação de espécies vegetais e animais é muito grande.

Vegetação de Montanha: a vegetação é pouco diversificada, visto que o clima não é propício para o seu desenvolvimento. Em altas latitudes, o solo permanece coberto por neve durante boa parte do ano, até mesmo em locais situados em baixas altitudes. Em regiões de baixas latitudes (clima tropical e subtropical), as áreas montanhosas apresentam diferentes formações vegetais: no sopé da montanha, a vegetação é a mesma da região do entorno; já nos locais com mais de 4 mil metros de altitude, a neve recobre o solo durante todo o ano (neves eternas). Por conta das condições de relevo, o frio da montanha é o único clima a ser registrado em três zonas diferentes.

Vegetação Mediterrânea ou Chaparral: o clima desse bioma é marcado por uma estação muito seca e quente: o verão. O inverno é ameno e chuvoso. Esta vegetação é composta basicamente por três tamanhos, sendo um arbóreo, um arbustivo e um herbáceo. É constituída por plantas xerófilas. Sua vegetação arbustiva pode ser divida em dois tipos, garrigue: formação bem aberta, encontrada em solos calcários. Desenvolve-se em regiões onde o solo é mais pobre; Maqui, chamadas também de Chaparral forma do Mediterrâneo: formação bem fechada que cresce em solos silicosos.

Cerrado: É comparada às savanas posto que reúne árvores baixas, esparsas com troncos retorcidos, além de gramíneas e arbustos. Possui duas estações bem definidos, uma estação chuvosa e outra seca, característica do clima tropical o qual situa-se. Possui uma rica biodiversidade, sendo considera a savana mais rica do mundo. Suas plantas possuem raízes profundas, tais como as plantas xerófilas, alcançando o lençol freático, além de serem semidecidual estacional (que caem parte das folhas no período de estiagem) e tropófilas. Os cerrados apresentam relevos variados, embora predominem os amplos planaltos. Seu solo esconde um grande manancial de água, que alimenta seus rios.

Mata de Araucária: Também chamada de “Mata dos Pinhais”, esse tipo de vegetação é encontrada principalmente, no sul do país. Desenvolve-se em locais de clima subtropical (invernos frios e verões quentes e com as quatro estações bem definidas) com presença de árvores de grande porte. Uma floresta densa e fechada. Possui folha em forma de agulhas, aciculifoliada e é heliófila (precisa de muita luz solar), também possui dossel. Seu solo é rico, de origem vulcânica.

Caatinga: Localiza-se na região de clima semiárido do Nordeste brasileiro e é constituída de vegetais xerófilos. Apresenta grande heterogeneidade quanto ao aspecto e à composição vegetal. Em certos trechos, forma uma mata rala ou em outros o solo apresenta-se quase a descoberto, possuindo arbustos isolados. Na época das secas, as plantas da caatinga perdem suas folhas, o que constitui uma adaptação das plantas às condições climáticas, fazendo com que a planta diminua a transpiração e evite, assim, a perda de água armazenada. É o único bioma totalmente brasileiro, severamente afetado pela ação antrópica. Como resultado, percebe-se áreas em processo de desertificação e salinização do solo. A vegetação é formada por três estratos: o arbóreo, o arbustivo e o herbáceo. No meio de tanta aridez, a caatinga surpreende com suas “ilhas de umidade” e solos férteis. São os chamados brejos, que quebram a monotonia das condições físicas e geológicas dos sertões.

Campos: O número de espécies é muito grande, mas representado por pequeno número de indivíduos de cada espécie. Durante o dia a temperatura é alta, porém à noite a temperatura é muito baixa. Muita luz e vento, pouca umidade. Predominam as gramíneas e pequenos arbustos, distantes uns dos outros. Seu nível pluviométrico é maior quando comprado as Estepes, seu solo também é mais rico.

Ecótono: É uma região resultante do contato entre dois ou mais biomas fronteiriços. São áreas de transição ambiental, onde entram em contato diferentes comunidades ecológicas. Por isso, os ecótonos são ricos em espécies, sejam elas provenientes dos biomas que o formam ou espécies únicas (endêmicas), surgidas nele mesmo. São regiões sensíveis a mudanças climáticas. As vegetações a seguir são ecótonos:

Pantanal ou Chaco: É uma formação vegetal que possui espécies vegetais da floresta, dos campos, do cerrado e mesmo plantas xerófilas da caatinga, vegetação de transição, Ecótono. É bem diversificada, e se desenvolve, em maior parte, nos períodos mais secos (estiagem), sendo que a maior parte do ano o local permanece alagado. É a maior planície inundável do mundo. Quando as águas recuam, elas deixam uma rica camada de nutrientes no solo, que servirão de base para o surgimento de uma extensa vegetação.
Apresenta uma das maiores concentrações de vida silvestre da Terra. Situado no coração da América do Sul, o Pantanal se estende pelo Brasil, Bolívia e Paraguai. Aproximadamente 70% de sua extensão se encontra em território brasileiro, nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Há risco desta região se torne um enorme deserto.

Mata dos Cocais: A área de ocorrência dos cocais localiza-se entre a Floresta Amazônica, a oeste, a caatinga localiza-se, portanto, em uma área de transição entre o clima úmido da Amazônia, o clima semiárido do Nordeste e o clima menos úmido do Planalto Central. Por ser um ecótono, essa vegetação surge em dois tipos de clima principalmente: o equatorial úmido e o semiárido, geralmente com altas temperaturas, constituída por invernos amenos e verões chuvosos, tendo influência ainda do clima tropical semiúmido. Apresentam árvores de grande porte.

Mangue: Vegetação típica de regiões alagadiças e lodosas. Ecótono que surge entre o ambiente terrestre e marinho. Ele apresenta um solo rico em nutrientes, água salobra (decorrente da união dos rios e mares) e reúne vegetais halófilos, tolerantes à salinidade, e pneumatófora (que respira pelas suas raízes aéreas), com árvores de médio e grande porte, as quais podem apresentar raízes aéreas, em virtude da falta de oxigênio nos manguezais, estas fazem a viviparidade, que é o desenvolvimento do embrião ocorre enquanto ainda está preso à árvore e só se desprende da planta-mãe após ter se completado sua formação. Está presente em climas tropicais e subtropicais. Dentro de um manguezal, existem diversos tipos de mangues. 

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