Organoides (organelas) Celulares



Organoides celulares (ou organelas) são estruturas encontradas no hialoplasma, que junto com os organoides, formam o citoplasma celular. Os organoides celulares aparecem mergulhados no hialoplasma. O hialoplasma é uma substância gelatinosa constituída de água e moléculas de proteína. Na célula, cada organoide tem uma função específica. O citoplasma não se encontra inerte, e sim em constante movimento, denominado ciclose.


Carioteca
Separa o material genético do citoplasma; é constituída por uma membrana dupla e lipoproteica, semelhante às demais membranas, a lamela interna e lamela externa, entre as quais existe um espaço denominado perinuclear. Apresenta poros, os annulli, através dos quais ocorrem trocas de moléculas entre o núcleo e o citoplasma. A membrana mais externa comunica-se com o retículo endoplasmático rugoso. De maneira geral, quanto maior a atividade celular, maior é o número de poros da carioteca.


Cariolinfa ou nucleoplasma ou Suco Nuclear
Massa semilíquida que preenche o núcleo, onde se encontram mergulhados os cromossomos e nucléolos, é constituída principalmente de água e proteínas


Centro Celular ou Centríolo
Cada célula apresenta dois centríolos localizados junto ao núcleo. Cada centríolo é constituído por um cilindro de microtúbulos. Os centríolos são organelas fibrilares constituídas por 27 túbulos de natureza proteica, organizados em nove grupos de três. Em geral, a célula apresenta um par de centríolos dispostos perpendicularmente um em relação ao outro. Ao conjunto dá-se o nome de diplossomo. Os centríolos não aparecem em células de vegetais superiores. Ele atua na divisão celular e a formação e coordenação do movimento dos cílios e flagelos.
Cílios e flagelos são encontrados em seres unicelulares e em algumas células de organismos pluricelulares. A estrutura interna dos cílios e flagelos é a mesma, ou seja, formados por nove pares periféricos de microtúbulos e um par de microtúbulos central. Nas células, desempenham o papel de promover o movimento celular. Os cílios são curtos e numerosos, e os flagelos são longos e em pequeno número.


Complexo de Golgi
Constituído por uma pilha de vesículas circulares achatadas e vesículas esféricas e menores que brotam das primeiras. Suas funções são: concentração e secreção de proteínas, formação do acrossomo do espermatozoide (o Complexo de Golgi presente nas células do acrossomo contém enzimas digestivas que perfurarão a membrana do óvulo, permitindo a fecundação), as vesículas eliminadas das bordas do complexo de Golgi dão origem aos lisossomos, pequenas bolsas cheias de enzimas, além disso, há a síntese de glicoproteínas (glicocálix). Nos vegetais, fungos, protistas e muitos invertebrados esses dictiossomos ficam espalhados pelo hialoplasma. O complexo golgiense recebe as proteínas e os lipídios, do REG; as vesículas se fundem a sua parte interna, chamada de região cis e depois são levadas à parte externa, denominada região trans. Após chegarem à região trans, são novamente empacotadas e secretadas para outras organelas, para a membrana plasmática ou para fora da célula.



Cromatina
Filamento constituído por DNA e proteínas, que quando observado ao microscópio eletrônico apresenta dois tipos básicos:
heterocromatina: porção menos ativa e bem visível, forma os cromossomos no processo da divisão celular.
eucromatina: menos condensada, portanto menos visível. É uma região molecular de DNA mais ativa, em que os genes estão orientando a síntese de RNA e proteínas.
A cromatina aparece, no núcleo interfásico, com o aspecto de um emaranhado de filamentos longos e finos, denominados cromonemas. Durante a divisão celular, os cromonemas espiralizam – se, isto é, ficam mais condensados, tornando-se mais curtos e mais grossos. Podem então ser vistos individualmente e passam a ser chamados de cromossomos


Citoesqueleto
Os microtúbulos que o compõe são formados por moléculas proteicas chamadas tubulina. Os microtúbulos podem aumentar ou diminuir de comprimento de acordo com a incorporação ou a saída de proteínas.


Hialoplasma ou Citosol
O hialoplasma é constituído principalmente de água e de proteínas. Na parte externa da célula, denominada ectoplasma, o hialoplasma apresenta-se denso, em estado de gel. Na parte interna, chamada endoplasma, o hialoplasma apresenta-se mais fluido, em estado de sol. Os estados de gel e sol podem sofrer mudanças e um transformar-se no outro, principalmente durante os movimentos citoplasmáticos, como a ciclose, um movimento do hialoplasma principalmente em estado de sol em que se forma uma corrente que carrega os diversos orgânulos e distribui substâncias ao longo do citoplasma.


Lisossomos
Organelas esféricas envolvidas por uma membrana contendo enzimas digestivas. Agem na digestão de partículas ingeridas pela célula ou, então, de organoides celulares envelhecidos (autofagia).
Os lisossomos se originam do desprendimento de vesículas do complexo de Golgi. As enzimas digestivas são sintetizadas no retículo endoplasmático rugoso, armazenadas no complexo de Golgi e liberadas dentro de vesículas – os lisossomos primários. As substâncias englobadas pela célula, por meio dos processos de fagocitose e pinocitose, formam no interior da célula o fagossomo, que se funde aos lisossomos, dando origem ao vacúolo digestivo ou lisossomo secundário. No interior do vacúolo, a substância é digerida. A parte aproveitável é absorvida e a não aproveitável é eliminada pelo processo da clasmocitose ou exocitose.
Também age na destruição de células de regiões que devem regressar no desenvolvimento de certos organismos, como a calda do girino ao passar pela metamorfose. Trata-se de um processo mais complexo denominado apoptose, ou morte celular programada.


Mitocôndrias
Sede de duas importantes etapas da respiração celular: ciclo de Krebs (matriz) e cadeia respiratória (cristas). As mitocôndrias, portanto, constituem verdadeiras “usinas” de energia, onde a matéria orgânica é “moída”, fornecendo para o metabolismo celular a energia química acumulada em suas ligações. De fato, quanto maior a atividade metabólica de uma célula, maior deverá ser o número de mitocôndrias. Cada mitocôndria, observada ao microscópio eletrônico, revela a presença de duas membranas limitantes: uma externa (lisa) e outra interna, que forma na cavidade mitocondrial um complexo sistema de pregas, denominadas cristas. Preenchendo os espaços e entre as pregas, encontra-se uma substância amorfa, denominada matriz. Nas células da bactéria existe um organoide chamado mesossoma, que apresenta características semelhantes à mitocôndria.
A presença de ribossomos na matriz permite as mitocondriais produzir suas próprias proteínas e apresentar capacidade de autoduplicação
Organela responsável pelas etapas finais da respiração celular aeróbia nos eucariontes e processos anaeróbicos de obtenção de energia. Acredita-se que as mitocôndrias tenham surgido de bactérias que foram fagocitadas por células procariotas maiores e, tendo escapado dos mecanismos de digestão passaram a viver nela. Essa teoria é conhecida com endossimbiótica das mitocôndrias.


Microtúbulos
Cilindros delgados e longos, formado pela proteína Tubulina, tem como função a formação de áster; fuso e citoesqueleto celular. Componente estrutural de cílios e flagelos.


Nucléolo
Corpúsculo denso, constituído por proteínas e RNA ribossômico, presente no núcleo interfásico das células eucariontes, cuja função é sintetizar os ribossomos. Sendo a cromatina constituída por DNA e proteínas, material químico dos genes, em que se localizam as matrizes das proteínas que serão fabricadas, o núcleo é considerado o centro de controle da célula, é ele que comanda o funcionamento da mesma.


Peroxissomos
Produzem pequena quantidade de energia e regulam o catabolismo da glicose. Essa enzima é capaz de decompor o peróxido de hidrogênio (H2O2, mais conhecido como água oxigenada) em água comum e gás oxigênio. A importância dessa decomposição torna-se evidente principalmente pelo fato de que a água oxigenada é bastante tóxica para uma célula, sendo, porém, normalmente produzida em seu interior, aparecendo como um subproduto de diversas reações celulares.


Plastos
Os plastos são organelas citoplasmáticas típicas das células vegetais e de alguns protistas. Os plastos, dependendo da função e dos pigmentos que apresentam, podem ser classificados. Os principais tipos de plastos são os leucoplastos e os cloroplastos, os platôs coloridos são classificados em um ramo chamado Cromoplastos.
Cloroplastos
São plastos verdes, responsáveis pela realização da fotossíntese. De forma ovoide, dotado de dupla membrana lipoproteica, a externa é lisa e contínua e a interna apresenta dobras, que se dispõem paralelamente. A parte interna das dobras recebe o nome de lamela, e sobre as lamelas encontram-se minúsculas bolsas achatadas empilhadas uma sobre a outra como se fossem moedas, denominadas tilacoides. Cada pilha de tilacoide recebe o nome de granum. Aderido nas membranas das tilacoides estão as moléculas de clorofila, que captam a luz solar, fundamental no processo da fotossíntese. O espaço interno dos cloroplastos é preenchido por um líquido denominado estroma ou matriz do cloroplasto, contendo DNA, enzimas e ribossomos, ele apresenta capacidade de autorreprodução.


Leucoplastos
São plastos incolores, desprovidos de pigmentos, que se caracterizam por acumular substâncias nutritivas.
Outros plastos:
Xantoplastos – plastos em pigmentos carotenóides de cor amarela.
Eritroplastos – plastos com grande quantidade de pigmentos carotenóides de cor vermelha.


Retículo Endoplásmatico
Rede de vesículas e túbulos que se intercomunicam, percorrendo o citoplasma dos eucariontes. Transporte e armazenamento de substâncias. As membranas do retículo podem ou não exibir ribossomos aderidos em sua superfície externa. No primeiro caso, a presença dos ribossomos confere à membrana do retículo uma aparência rugosa; já na ausência desses grânulos, a membrana exibe um aspecto liso. Assim, existem dois tipos básicos de retículo endoplasmático: o rugoso ou granular (RER) e o liso ou agranular (REL). o retículo endoplasmático liso apresenta as seguintes funções: Facilita o intercâmbio de substâncias entre a célula e o meio externo. Auxilia a circulação intracelular, por permitir um maior deslocamento de partículas de uma região para outra do citoplasma. Produz lipídios, principalmente esteroides. O retículo endoplasmático rugoso pode desempenhar basicamente todas as funções atribuídas ao retículo liso. Mas como apresenta justapostos ao longo de suas membranas inúmeros ribossomos, que são grânulos constituídos de ribonucleoproteínas (RNA + proteínas), acha-se também intimamente associado à síntese de proteínas (hormônios, esteroides) . O retículo endoplasmático rugoso é também denominado de ergastoplasma.
De modo geral, o retículo endoplasmático é muito desenvolvido em células de grande atividade metabólica, especialmente aquelas que sintetizam grandes quantidades de proteínas. A dilatação de canais do R.E. dá origem aos vacúolos nas células vegetais, o armazenamento de substâncias internas pode favorecer a osmose. O retículo endoplasmático produz as proteínas a serem exportadas a partir do Complexo de Golgi. A fragmentação das membranas do RER forma um acúmulo de pequenas vesículas cobertas de ribossomos denominadas microssomos. Não são considerados organelas.
Nos epitélios internos, como na traquéia, existem células em que o complexo de Golgi é responsável pela síntese e secreção de muco. Nos vegetais, é responsável pela formação da lamela média da parede celulósica.


Ribossomos
Cada ribossomo é formado por duas subunidades de tamanhos diferentes, formados por RNAr e proteínas. Sua função é a síntese proteica, que é o encadeando os aminoácidos de acordo com a sequência contida no RNA mensageiro. Os ribossomos são apenas ativos quando estão agrupados, isolados são inativos. São encontrados livres pelo citoplasma ou aderidos às membranas do retículo endoplasmático rugoso. É a única organela encontrada em todos os tipos de células;


Vacúolos
Os vacúolos são estruturas saculiformes encontradas em diversos tipos de células. Nos vegetais, os vacúolos de suco celular são, nas células jovens, pequenos e numerosos. Mas, à medida que a célula vai crescendo, esses vacúolos vão se fundindo de maneira a originar, nas células adultas, um único e volumoso vacúolo que ocupa, geralmente, uma posição central, deslocando o núcleo para uma parte mais periférica da célula.
Em seu interior encontra-se o suco vacuolar, solução aquosa que pode conter açúcares, óleos, sais, pigmentos e outras substâncias; nas células vegetais, esses vacúolos têm fundamentalmente a função de promover armazenamento de substâncias diversas e participar da regulação osmótica. Além dos vacúolos de suco celular, podem ser encontrados outros tipos de vacúolos nos seres vivos. É o caso dos vacúolos digestivos, relacionados com a digestão intracelular, e dos grandes vacúolos que armazenam gordura em nossas células adiposas, sob a pele. Exemplo interessante dessas organelas são os vacúolos pulsáteis ou contráteis, esse vacúolo atua recolhendo o excesso de água que penetrou na célula e através de movimentos de pulsação, ele elimina essa água para o meio externo.
Quando o vacúolo está relacionado com a entrada e saída de água, dizemos que a célula se encontra turgida quando há grande concentração de água no vacúolo e que está murcha quando há pouca água nele.
Especificamente nos vegetais, forma-se o tonoplasto, cuja função é armazenar substâncias orgânicas (proteínas que nutrem o embrião em desenvolvimento) e constitui o principal reservatório de compostos inorgânicos (sódio e potássio). Podem servir também como local de despejo de restos metabólicos, ou ainda, substâncias venenosas ou de sabor desagradável, de modo a proteger o vegetal contra herbivoria.


Extra:
Autólise ou Citólise
A ruptura dos lisossomos no interior da célula pode acarretar a destruição da mesma por dissolução. Nos organismos pluricelulares, esse fato pode ter algum valor no processo de remoção de células mortas. A autodissolução celular (autólise) reveste-se de grande interesse como processo patológico.
Inclusões Citoplasmáticas

São representadas principalmente por material de reserva, acumulado. As inclusões não são orgânulos citoplasmáticos, pois os orgânulos apresentam uma organização estrutural bem definida, e isto não acontece nas inclusões. A maioria dos orgânulos apresenta membrana envolvente, ao passo que a maioria das inclusões não a apresenta.

Trajetória da Proteína
Desconsiderando que os ribossomos estão espalhados por todo citosol e pondo como referência de produção de proteínas o Retículo Endoplasmático Rugoso, há assim um caminho, simplificadamente falando, que a proteína percorre:
Primeiro, ela é originada no REG, após isso, as proteínas serão transportadas e processadas no sistema golgiense e, posteriormente, concentradas e embaladas em vesículas de secreção.

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