Tecidos: Introdução


O conceito básico e fundamental para entender sobre o que são os tecidos é entender que ele é formado com a associação ou reunião entre células. Como tal evento aconteceu com o decorrer da evolução dos seres vivos, isto é, seres vivos compostos por um única célula nunca terão a mesma complexidade que indivíduos multicelulares (já que são, evolutivamente falando, superiores). A multicelularidade é uma condição de maior estabilidade para um sistema vivo, onde a "distribuição" de atividades ocorre, tal caso chamado de divisão de trabalho. É algo muito vantajoso para um melhor desempenho, principalmente quando se trata de realizar funções que respondem pela manifestação da vida.
Existem os falsos e os verdadeiros tecidos. Em um tecido verdadeiro, as células estão muito bem associadas, não tem condição de vida isolada e trabalham todas para a execução de uma tarefa comum. Já em um tecido falso, como o pletênquima, um falso-tecido encontrado na estrutura dos fungos, as células (hifas) se mostram formando filamentos longos e entrelaçados, mas não existe de fato uma relação entre elas. 
Os seres multicelulares são formados, na maioria das vezes, por processos sexuados de reprodução. Tal processo fará com que haja, na fase embrionária, uma diferenciação celular (a célula fecundada tem a potencialidade de originar, por sua imensa reprodução, todas as outras células, de todos os tipos, que constituirão o corpo do futuro indivíduo. Por isso, ela é considerada uma célula totipotente). As células que vão se formando sofrem progressivamente um processo de especialização, como já dito, chamado de diferenciação celular. Em um tecido, as células já estão diferenciadas. E, depois de diferenciadas, as células, quando se reproduzem, só originam outras do mesmo tipo.
Em alguns tecidos humanos, como o tecido muscular estriado e o tecido nervoso, por exemplo, as células atingiram um grau de grau de diferenciação tão grande que acabaram perdendo a capacidade de reprodução. O mesmo grupo de células que existe no indivíduo, quando ele nasce, acompanha-o por toda a sua vida, logo, não há renovação celular. (Tal fato faz com que raciocinemos que células com pouca diferenciação se reproduzem muito e células muito diferenciadas ão se dividem ou quase não se dividem).
Com base no que foi falado anteriormente, pode-se definir os tecidos como grupos de células especializadas, separadas ou não por líquidos e substâncias intercelulares, provenientes de células embrionárias que sofreram diferenciação, distinguindo-se cada grupo por sua estrutura e pelas função específicas que desempenha. 

Obs: Não é sempre que um tecido será fielmente um conjunto de "células idênticas" que trabalham para uma determinada função, como, por exemplo, o tecido conjuntivo, onde é encontrado diversos tipos de células e, além disso, o tecido possui outros requisitos para a existência, como será visto nas publicações mais aprofundadas. O tecido conjuntivo é originado do mesênquima, um tecido mesodérmico embrionário pouco diferenciado.

Os tecidos animais são reunidos em três grupos:
* Tecido sem substância intercelular (tecidos epiteliais);
* Tecido com abundante substância intercelular (tecidos conjuntivos);
* Tecido com células transformadas em fibras (tecidos musculares e tecido nervoso).

Em síntese, costuma-se classificar os tecidos animais com base na presença ou ausência de substância intercelular; Se as células são transformadas em fibras ou não; Pela origem embrionária das células; Atividade principal e; Aspecto geral.

Substância Intercelular

Na maioria dos tecidos, é comum encontrar-se um conjunto de substância que se coloca no espaço existente entre as células. Qualifica-se, em geral, em substância intercelular ou intersticial.
Muitas vezes, a substância intersticial é líquida, como sucede com o plasma, no sangue. Outras vezes, ela é sólida ou semi-sólida, como é observado no ossos e nas cartilagens. Nos tecidos vegetais, algumas substância que procedem como reforço da parede celular formam camadas muito espessas ao redor das células. Esses materiais podem ser considerados como substância intercelular rígida. Assim são a suberina e a lignina. Substância pécticas (pectina e ácido metapéctico) funcionam, nos tecidos vegetais como uma "cola" ou "cimento" que liga melhor umas células às outras. Nos tecidos animais, o ácido hialurônica e o ácido condroitinosulfúrico desempenham esse papel.

Além de substância intercelular, alguns tecidos ainda têm as suas células banhadas pelos chamados líquidos tissulares. No organismo humano, a linfa (uma mistura de leucócitos, plasma e outros líquidos orgânicos) circula por entre as células e é recolhida pelos vasos linfáticos, através dos quais é lançada na circulação sanguínea. Esses líquidos levam às células as substâncias úteis e delas retiram as substâncias inúteis.

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